sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Jeanne Lanvin












A história de Jeanne Lanvin, humilde modista, parece um conto.
Silenciosa, extremamente magra, modesta, essa parisiense nasceu em 1867. Trabalhando com guarnições para chapéus, ela se estabelece em 1885.
Para sua filha, que nasce doze anos mais tarde, Jeanne passa a criar um guarda-roupa tão
encantador que logo chama a atenção de suas ricas clientes. Bem depressa, elas estarão encomendado-lhe modelos iguais para as próprias filhas. Dos vestidos das filhas para os das mães foi apenas um passo. O nome de Lanvin, desde 1901, aparece no anuário da moda. É a ela que também será encomendada a farda verde de Edmond Rostand.
O primeiro de uma longa lista de acadêmicos que vão colocar-se em suas mãos, embora Jeanne jamais se tenha deixado embriagar pelo sucesso.
Em 1902, o ornamentista e arquiteto de interiores Armand-Albert Rateau faz a decoração da maison Lanvin. Situada número 15 e no 22 bem em frente, ela abastece. No entre-guerras, mulheres de alta burguesia, em geral a
ntigas e fiéis clientes, e alguns dos mais ilustres nomes europeus. Para mulheres de elegância clássica, madame Lanvin soube criar um estilo original sem ser chamativo.

Sua sensibilidade é a do seu tempo.Desenvolve um refinamento excepcional na confecção de entrelaçamento em passamanaria, de bordados de difícil execução e ornamentos de pérolas com harmoniosos motivos florais leves e suaves.
Lanvin faz desses trabalhos sua especialidade.
Dividida em 23 ateliês, a maison emprega, em 1925, mais de oitocentas operárias. As quais se somam as empregadas dos diversos departamentos: o do “sob medida”, o da roupa esporte, o da peleteria, o da lingerie, em seguida o da moda masculina, e finalmente uma butique de decoração cuja direção Rateau assume durante certo tempo. A partir de 1923, o império constituído por Jeanne Lanvin inclui uma fábrica de tintas. Nela, elaboram-se cores cuidadosamente estudadas, sutis e originais que fazem a reputação da “Paleta Lanvin”. Em 1925, quando, como vice-presidente do pavilhão da Elegância, ela participa ativamente da memorável exposição universal das Artes Decorativas, é lançado com sua grife o My Sin, seu primeiro perfume. De saída, ele conquista os Estados Unidos. Segue-se Arpère, lançado em 1927, cujo frasco, uma bola negra, mostra a sigla dourada que representa, em estilização de Paul Iribe, uma mãe segurando a mão da filha.
Além da profissão que soube levar ao mais alto grau de perfeição, a grande paixão de Jeanne Lanvin, seu amuleto da sorte, será, até o fim da grande vida em 1946, quando morre aos 79 anos, sua filha única: Marie-Blanche. Pianista virtuosa, foram suas escalas que inspiraram o nome do perfume fetiche da maison da qual foi a primeira cliente. Tornada condessa de Polignac, assumirá sua direção no decorrer dos anos 50.Lanvin é um negócio de mulheres.


Após a morte da criadora, diversos estilistas assumiram a direção de criação, entre eles, o brasileiro Ocimar Versolato. Porém, esse entra e sai acarretou na perda da identidade da marca, uma vez que cada um carregava seu próprio estilo.

Hoje, nas mãos de Alber Elbaz, a marca vem novamente se posicionando no mercado e reconquistando os fashionistas. Segundo o professor de história da moda da Santa Marcelina, João Braga, a tradição aliada a uma estratégia de marketing reposiciona a Lanvin e fideliza um público mais jovem e atual.

“A Lanvin hoje, é considerada uma marca contemporânea já que traz um ’sangue novo’ aliando a tradição com o contemporâneo e, com isso, desperta o desejo nos antigos admiradores da marca e também em um novo consumidor”.

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